Bubblegun Crisis - Recomendação de anime


Os Clássicos não podem morrer!

Hoje falaremos de um mega clássico da década de 90, na verdade uma série, pois falaremos dos 3 animes que compõem a saga das guerreiras Knight Sabers. 

Principalmente hoje em dia, muitos nunca devem ter ouvido falar a respeito de Bubblegun Crisis, e isso é normal, afinal é um anime antigo, ainda mais nos dias de hoje que somos inundados de lançamentos e conteúdo novo a todo momento.

Meu primeiro contato com Bubblegun Crisis foi com uma revista brasileira sobre animes dos anos 2000, a famosa Ultrajovem, referência na época. Nessa revista tínhamos várias indicações de obras que faziam sucesso no Japão, mas que por vários motivos de licença e acesso, não chegavam aqui no Brasil. Com o crescimento da rede de computadores no geral, começamos a ter acesso a estes clássicos de forma facilitada, e hoje é possível conseguir estas obras através de Fansubs com qualidade razoável.



Bubblegun Crisis originalmente foi uma série em OVA com 8 episódios. Cada episódio durava em média 50 minutos, algo que é bem incomum na industria até os dias de hoje.

É um anime original, ou seja, não deriva de nenhum material como mangá ou light novel e conta a história de 4 protagonistas: Sylia, Priss, Nene e Linna, mercenárias que vivem na cidade de MegaTokyo no ano de 2033. 

O anime tem como temática um futuro dominado pela tecnologia onde robôs conhecidos como Boomers fazem parte da vida dos cidadãos e são responsáveis praticamente por todo tipo de serviço, desde braçal em fábricas até serviços domésticos. Como nem tudo são flores, a organização por traz da fabricação destes boomers, a Genom, está envolvida em vários atentados terroristas com boomers enlouquecidos, agindo silenciosamente por Mega Tokyo para expandir suas atividades para ganhar cada vez mais poder sobre o mundo.

Do outro lado, estão as Knight Sabers lideradas por Sylia Stingray, filha de um famoso cientista envolvido diretamente na criação dos boomers. Sylia e cia utilizam as hard suits, armaduras futuristas de alta tecnologia para enfrentar os boomers corrompidos que assombram Mega Tokyo.

Com essa pequena introdução, posso dizer que me surpreendi muito com Bubblegun Crisis. O primeiro anime de 8 OVAs foi produzido pelo estúdio Darts em parceria com outros 2 estúdios na época, ano de 1987.

É um anime muito bem feito, especialmente para a época, e assistir nos dias atuais traz uma ótima sensação de como era aquela época, e mesmo com todos estes anos que passaram ainda é relevante.

A história contada é padrão dos anos 80/90, onde o público no geral era menos exigente, não é um enrede nem nada do tipo, mas possui trama simples que funciona, junto com bons momentos de humor e ação.

As personagens são muito carismáticas e em pouco tempo você já está apaixonado por elas. Outro ponto importante que merece ser destacado é o visual das Knight Sabers. O design das armaduras é muito bom, e acredito que tenha sido referência para algumas outras obras que viriam posteriormente, apesar de infelizmente eu não ver essa premissa de "guerreiras de armaduras futuristas" ser copiada em nenhuma outra obra. Seria maravilhoso se víssemos hoje em dia um reboot da franquia ou um relançamento com a importância que elas merecem. Pois é uma obra de sci-fi excelente, que traz uma ótima ambientação e nos mostra como seria um futuro próximo pelos olhos dos japoneses na década de 80.

Em 1991, foi lançado o anime Bubblegun Crash, continuação direta de Bubblegun Crisis. Desta vez, o anime conta com 3 OVAs de aproximadamente 45 minutos e foi produzido pela mesma equipe do anime anterior. Em Bubblegun Crash continuamos com a história das Knight Sabers dessa vez descobrindo mais sobre o passado dos boomers e algumas novas tecnologias deixadas pelo pai de Sylia, o Dr. Stingray.

Com estes dois animes, se encerra a fase clássica de Bubblegun Crisis. Como dito anteriormente, um excelente anime de sci-fi que ainda consegue ser relevante nos dias de hoje por não ter nada parecido. 

Megalocity 2040

No ano de 1998 foi lançado o anime Bubblegun Crisis Tokyo 2040, dessa vez com uma estrutura de 26 episódios com a duração padrão de 25 minutos como conhecemos hoje em dia, produzidos apenas pelo estúdio AIC, estúdio que tinha ajudado no desenvolvimento do primeiro anime de 1987.


A versão Tokyo 2040 não é uma continuação da série, e sim uma reimaginação, uma releitura dos clássicos OVAs. Ainda temos Sylia, Priss, Nene e Linna como protagonistas, mas agora com visual totalmente repaginado e com uma história mais aprofundada, mesmo que se distancie bastante daquilo que foi trazido na primeira versão.

Na nova história, contamos com algumas alterações no mundo e no enredo principal, que a princípio são bem interessantes de ver, mas que com o passar do tempo tomam outros rumos que deixam um gosto amargo no final dessa versão Tokyo 2040.

Neste novo anime, temos Knight Sabers menos experientes e com visual das hard suits levemente modificados. Acompanhamos na primeira metade do anime a entrada de Linna ao grupo de guerreiras e algumas intrigas que se formam com o passar das missões.

Muita coisa muda em relação à obra original nesta versão e isso pode acabar desagradando algumas pessoas assim como me desagradou.

Tokyo 2040 traz uma Megalocity ao invez da Mega Tokyo, guerreiras menos experientes e sem tantos momentos formidáveis como era na versão original. Mas o pior de tudo fica pelo caminho que o enredo toma na segunda parte do anime. Boomers com propriedades vivas que evoluem e se fundem dominando toda a cidade, juntando a um vilão que não deixa claro seu propósito e a chegada de clones de Sylia, fazem com que a história da versão Tokyo 2040 se perca e se funde nela própria, deixando um gosto amargo em todo o excelente mundo que havia sido criado até então.

A segunda versão das Hard Suits também ficou horrorosa, se distanciando bastante das primorosas armaduras da primeira versão.


Por fim, vale muito a pena conferir a série Bubblegun Crisis. É literalmente uma viagem no tempo onde conhecemos como eram as animações japonesas na década de 80. Como se contava uma história, como eram tratada a tecnologia e qual era a visão que eles tinham do futuro naquela época. Muita coisa do que foi mostrado é possível ver hoje no mundo real, e algumas outras coisas já estão ultrapassadas. Só por isso já é o suficiente para conhecer a obra. Mesmo que a versão Tokyo 2040 decepcione no fim das contas, a primeira metade do anime ainda carrega o DNA da série. Longa vida às Knight Sabers!!

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