Knights of the Zodiac: Saint Seiya - Recomendação de anime



Mais uma tentativa para um dos maiores clássicos da animação japonesa

Dia 19 de Julho de 2019. Esta é a data em que estreou no famoso serviço de streaming de vídeos Netflix uma nova versão de Cavaleiros do Zodíaco. Isso mesmo, Saint Seiya ganhou um reboot pelo estúdio Toei Animation, detentor da franquia, em parceria com a Netflix.

Depois de diversas versões pós "Saga de Hades", muitas até polêmicas e com forte apelo comercial, como Saint Seiya: Soul of Gold de 2015, agora é a vez de um Reboot em CG. Acredito que seja uma idéia ousada de quem esteja no background do projeto, mas faz sentido, já que os projetos anteriores não deram o retorno esperado.


Cavaleiros do Zodíaco dispensa comentários. É uma franquia que sem dúvidas, está tatuada na cultura brasileira. O mangá foi lançado em nosso país pelo menos umas 3 vezes e teve diversos produtos licenciados. O anime atingiu picos de audiência no início dos anos 90 e início dos anos 2000 quando transmitido em TV aberta. A dublagem do anime é famosa por ser uma das melhores já feitas, inclusive reconhecida fora do Brasil.

Enfim, não há como negar a influência da obra em nosso território, e sem sombra de dúvida o sucesso dos cavaleiros de Atena foi um dos responsáveis pela explosão da cultura de animes em nosso país, fazendo com que emissoras de televisão e empresas investissem nesse segmento.


Agora focando nessa nova versão, dando um parecer de fã (não tão fã como alguns anos atrás, mas ainda muito fã), posso já começar deixando claro que gostei bastante dessa nova versão.

Fica claro que um dos motivos principais desse reboot existir seja o de trazer novos fãs para a série, e é muito bem válido, afinal, é bem difícil a nova geração consumir o anime original dos anos 80 hoje em dia. O público jovem de atual não gosta muito de animação tradicional, como era feita antigamente e ainda hoje no Japão. Isso acontece porque muitas crianças dessa geração cresceram acompanhando as animações da Disney em CG, com ótima qualidade e, cá entre nós, bem mais atraentes do que as próprias animações da Disney dos anos 80/90. Afirmo isso por trabalhar com crianças e ter feito vários testes nesse sentido, onde as animações em CG sempre ganhavam mais a atenção dos pequenos.

Então, se um dos propósitos dessa nova saga de Cavaleiros do Zodíaco ser lançado é conseguir novos fãs, ele já começa muito bem. Eu particularmente gostei bastante do produto final, mas vi vários sites "especializados" criticando e apedrejando este aspecto e o produto como um todo. A animação está bem fluida, bem animada. Cenas de ação possuem boa coreografia e chamam bastante atenção, ao contrário da animação original (posso até dizer melhor do que até certas versões anteriores em anime da série). Obviamente não estão no padrão de qualidade do filme em CG "A lenda do Santuário", por ser uma animação que terá vários episódios, e também por ter muito menos investimento do que o longa metragem de 2014, mas achei bem feita e mesmo que falte cenas impactantes e até falta de impacto real em diversos momentos nas batalhas, causa uma boa impressão.

Outra polêmica que deu o que falar dessa nova versão de Saint Seiya, é a mudança de gênero do personagem Shun de Andrômeda. Agora Shun é uma mulher de verdade, ao contrário do anime original que ele era um homem, mas usava uma armadura com traços femininos.



Não deram uma justificativa plausível para a mudança, mas obviamente gera uma leve alteração na trama, principalmente pela relação com seu irmão Ikki de Fênix. Acredito que a mudança foi feita devido a essa abordagem da Netlix de atrair novos fãs, pois um personagem afeminado em uma animação para crianças fora do público japonês, para muitos países e crenças não seja algo tão bem recebido assim. Mas sobre isso eu achei bem bacana a princípio. Shun caiu muito bem como mulher e acaba ganhando mais atenção do que nas outras sagas.

A cereja do bolo para nós brasileiros continua sendo a dublagem. Boa parte dos personagens mantém os dubladores antigos, o que é muito bom. Não tem como não ser afetado pela nostalgia, o coração bate forte nesses momentos. Hermes Baroli continua fazendo a voz de Seiya, Elcio Sodré como Shiryu, Francisco Brêtas como Yoga, Leonardo Camillo como Ikki e a estreante Ursula Bezerra como Shun de Andrômeda, deixando Ulisses Bezerra, seu irmão e dublador da saga clássica, de fora.


A excelência das atuações se mantém, com destaque para a nova abordagem, bem mais atual e cheia de gírias e ditados populares nessa nova versão. Algumas vezes pode parecer meio forçada, mas de um modo geral agrada.

O reboot conta inevitavelmente com um roteiro adaptado e com novos personagens, além das mudanças polêmicas que citei parágrafos atrás. Até o momento, a Netflix liberou 6 episódios para esta 1° temporada, cada um com os 24 minutos como manda o figurino. O 6° episódio termina com o fim do arco da guerra galáctica, onde os cavaleiros de bronze derrotam Ikki de Fênix e os cavaleiros negros a seu comando. Estes também em uma versão atualizada e que trabalham em conjunto com um novo vilão Guraad, inimigo de Mitsumasa Kido, que não morreu nessa versão.

Novamente reitero que existem mudanças e temos que ver o reboot com outros olhos, por se tratar de uma nova proposta para um novo tipo de público alvo, mas reclamações sempre ocorrerão nessa internet nossa de cada dia.


Finalizando, recomendo fortemente esta nova versão de um dos maiores clássico dos animes. Aconselho fortemente para quem nunca assistiu cavaleiros e também aqueles que gostariam de rever a série original, mas tem medo de se decepcionar. A Netflix pegou todos de surpresa ao anunciar esta nova versão tempos atrás, e posso dizer que o produto final é bem melhor do que eu esperava. Pode não ser tudo aquilo que esperávamos, pois, isso pode nunca acontecer. Mas é um ótimo conteúdo para se ter a disposição.


Até a próxima.

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