Pena que acabou...
Estamos em época de quarentena, e enfrentando uma situação jamais vista (nessa proporção) em todo o mundo. Portanto, para não enlouquecer, estou aproveitando o tempo livre para colocar em dia a gigante lista de animes que tenho para assistir, e finalmente cheguei em um anime que já ansiava concluir a um bom tempo, Fairy Tail.
Já acompanho Fairy Tail a muitos anos, desde quando era adolescente, e poder ver a conclusão de uma obra tão fascinante é algo único.
Fairy Tail nasceu em 2006 através do mangá de Hiro Mashima, que já era conhecido por sua criação anterior Rave Master, que também possuía mangá e anime e alcançado relativo sucesso. O sucesso do mangá obviamente gerou a produção de uma animação em 2009 que ajudou ainda mais na divulgação e repercussão da obra mundo afora. Esta primeira temporada foi produzida por uma parceria entre os estúdios Satelight e A-1 Pictures, teve um total de 175 episódios e encerrou a exibição no ano de 2013.
A partir daí Fairy Tail gerou muito conteúdo além de seu mangá de origem, aumentando ainda mais a base de fãs ao redor do mundo.
Além da primeira temporada em anime, a obra ganhou uma continuação direta em 2014, dessa vez produzida pelos estúdios A-1 Pictures e Bridge com 102 episódios, e foi exibido até 2016.
A obra também ganhou 2 filmes, 9 OVAs, 1 jogo de luta para Playstation Portable (PSP), e atualmente está em desenvolvimento um jogo para Nintendo Switch, previsto para este ano de 2020.
Após a animação ficar em hiato por praticamente 2 anos, o anime de Fairy Tail retorna em 2018 como Fairy Tail: Final Series, agora produzido por 3 estúdios: A-1 Pictures, Bridge e Clover Works, com 51 episódios que cobrem o último arco da obra e encerra as aventuras de Natsu Dragneel e sua turma.
Posso dizer sem sombra de dúvidas que Fairy Tail é um obra de sucesso. O mangá teve 63 volumes, que inclusive foram lançados no Brasil pela editora JBC. Vale muito a pena para quem é colecionador. O anime teve uma boa audiência em todos seus anos de exibição e criou uma boa legião de fãs.
A animação no geral é boa. A primeira temporada tinha os modelos de personagens bem produzidos, efeitos especiais medianos, mas funcionais e seguia bem o roteiro do mangá mesmo com alguns episódios fillers, assim como os demais animes shounen da época. A segunda temporada teve uma mudança no character design dos personagens, os deixando mais simples se comparados ao anime anterior, com traços mais suaves e mais próximos ao traço do mangá, porém com qualidade técnica um pouco melhor e efeitos especiais melhorados. Já na última temporada temos o melhor dos dois mundos, meio como se fosse uma junção da qualidade técnica das duas temporadas anteriores: character designs bem próximo ao mangá e uma ótima qualidade técnica com efeitos especiais muito bons.
Falando sobre sobre a animação, Fairy Tail não começa muito bem. Como não li o mangá, acredito que seja algo de roteiro mesmo, pois do nada somos apresentados a um grupo de jovens encrenqueiros que fazem tudo o que dá na telha, um começo bem confuso por sinal. Apesar disso, a obra conquista a atenção pelo carisma irresistível dos personagens, que fazem você ganhar a causa rapidamente e cair de cabeça nas aventuras.
Outro fator importante do anime é seu senso de humor. Fairy Tail é uma obra muito engraçada, que utiliza humor na medida certa e aguça as emoções de quem assiste da mesma forma. Para quem assiste de primeira, pode achar o humor um pouco parecido com One Piece, pelas loucuras que acontecem e pelo humor totalmente fora de hora, mas a medida que os anos vão passando, a anime ganha seu próprio tom de ritmo e humor, criando sua própria personalidade. É um anime que vai escalonando a cada novo arco e vai ganhando cada vez mais força e poder em seu roteiro e execução, até chegar no último arco que, por mais que muitos fãs reclamem do final, pelo menos na versão animada eu gostei bastante, e chorei honestamente em momentos chave. Posso dizer, que foi um final digno para a série sem dúvidas.
Um ponto interessante e cômico de Fairy Tail que precisa ser comentado é a forma como as mulheres são objetificadas na obra. Fica claro que é algo intencional, pois são muitos closes eróticos, lances de vestuários, e vários detalhes que fazem com que Fairy Tail quase se torne um ecchi, mas não chega a tanto. Isso já é algo bem típico da indústria de animes no geral, pois faz parte da estratégia de consumo dos japoneses. Eu particularmente gosto bastante e acredito ser um plus para o anime, apesar de ter momentos bem gratuitos e desnecessários.
Resumidamente, Fairy Tail é um anime muito bom. É uma obra que foi crescendo ao longo dos seus anos de desenvolvimento junto com o autor, e entregou um produto muito acima da média no geral. A animação tem momentos muito marcantes, que prendem nossa atenção e nos faz assistir a múltiplos episódios seguidos sem cansar. Compartilhou audiência com animes de peso como Bleach e Naruto em sua época, e mesmo não atingindo um sucesso tão absurdo quanto dessas obras, mostrou ter potencial para seguir seu próprio sucesso. Você vai chorar, rir e se emocionar muito, pode ter certeza!
Fairy Tail não inventa nada, muito menos reinventa. É uma mistura de tudo aquilo que já estamos acostumados a ver no mundo dos animes, mas de uma forma muito interessante e que funciona! É uma lição de moral para obras que vivem de enrolação e/ou não sabem que rumo seguir. Fiquei bem emocionado com o final e sem dúvidas é uma série que irá fazer falta, pois animes que geram essa carga emocional a quem assiste são raros e merecem louvor.
Até a próxima!
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