K - Recomendação de anime

 


Uma obra de arte moderna

" Temos que ver o lado bom das coisas." É assim que dizem os mais velhos, não é?! A pandemia não trouxe apenas destruição, para alguns trouxe a possibilidade de enxergar a vida de uma outra forma, com mais sabedoria, com mais admiração, com mais atenção. Entrando no nosso objetivo, tive a oportunidade de reassistir um anime por causa da pandemia, e posso dizer que foi algo muito produtivo.

Hoje falaremos sobre K, um anime original de 2015 produzido pelo estúdio Gohands. Este estúdio não tem muitas produções em seu nome, porém todas são muito bem produzidas e tem a parte técnica bem surpreendente. 

Eu tive acesso a K em seu lançamento, lá no ano de 2015 e o assistia nos intervalos do trabalho. Meu erro foi querer assisti-lo como um anime qualquer, na correria do dia-a-dia, entre um intervalo e outro. Onde eu errei? K é um anime complexo, não tem uma fácil interpretação e é difícil compreender o que acontece em seu mundo e trama. É uma obra que precisa ser apreciada lentamente, com tempo livre e com muita dedicação para poder absorver tudo aquilo que ela tem de melhor. Pode parecer absurdo, mas K é tão bom que merece ser apreciado dessa maneira.

Algo muito curioso é que o estúdio Gohands foi o responsável pela produção da obra em todas as temporadas, algo difícil de se ver hoje em dia. K atualmente  possui 2 temporadas e 7 filmes, todos extremamente bem produzidos e relacionados.

K conta a história de uma Tóquio dominada por 7 reis e suas legiões. Cada rei tem uma função e personalidade distinta na sociedade. Todo o sistema político e social sofrem influências direta ou indiretamente de algum dos 7 reis coloridos e suas respectivas legiões, que também possuem os poderes especiais derivados de seus líderes. A trama gira em torno desse sistema e o cotidiano de alguns dos clãs, com muitas reviravoltas, drama, e bastante ação. 

A animação de K é impecável. O anime chama bastante atenção com diversos efeitos visuais e ângulos de câmeras criativos que dificilmente vêmos por aí. É um anime que você sente pra onde o investimento foi utilizado. 

O triunfo de K é seu mundo sem sombra de dúvidas. O anime consegue mostrar muito bem como vivem cada clã e seus reis. A peculiaridade de cada clã somado com a personalidade de cada personagem é algo muito gratificante de se acompanhar. 

Os clãs de maior destaque na obra são o Vermelho e o Azul, HOMRA e SCEPTER 4 respectivamente. Suoh Mikoto é o terceiro rei, o vermelho, enquanto Munakata Reishi é o quarto rei, o azul. Enquanto o clã vermelho é conhecido por sua violência e pela falta de limites éticos e morais, o clã azul faz parte da força militar do Japão, os defensores da justiça e da ordem. Cada personagem tem a sua característica e o relacionamento entre eles é algo muito bem feito, desde a rixa natural entre o 3° e 4° reis, até as relações de seus subordinados com seus clãs e o mundo que os cerca. Na história principal conseguimos ter uma noção bem válida destas características da obra, mas nos filmes posteriores é que conhecemos mais a fundo estes laços.

K: Missing Kings 

Missing Kings é um filme que estreou em 2014 e faz uma ponte entre a primeira e a segunda temporada. É um filme curto, tem aproximadamente 1h e 13min. e também foi produzido pelo estúdio Gohands.

O filme continua diretamente a história do primeiro anime e nos apresenta o 5° rei, Hisui Nagare, o Rei verde. Nagare é rei do clã Jungle, uma rede social que é ativa em todo o Japão onde usuários de diversas localidades fazem missões individuais para ganhar pontos e subirem no Rank até o momento de conhecerem o rei verde pessoalmente e fazerem parte da elite do clã. 

A Jungle através de seu sistema único começa suas atividades após saberem da morte do segundo rei, o rei dourado, e é a partir daí que a história se desenvolve.

É um filme muito bom. Possui todas as qualidades do anime principal e por ser uma continuação, não enrola no roteiro e faz a transição para a segunda temporada.

K: Return of Kings

No ano seguinte tivemos a estréia de Return of Kings, a 2° temporada do anime. A animação mantém a mesma quantidade de episódios da primeira temporada e estúdio, isso é muito bom, pois a qualidade técnica espetacular já faz parte do DNA de K.

K: Return of Kings nos traz os acontecimentos diretos após o 1° filme e  conclui a história da série. Aqui vêmos a a batalha de todos os clãs restantes contra o rei mais poderoso, o rei verde e sua organização Jungle.

A história continua muito boa, e o destaque aqui é que ela se torna mais acessível do que a primeira, ou seja, você não precisa quebrar a cabeça para entender o que está acontecendo pois tudo é explicado de uma forma mais clara. O problema mesmo é que não há como ficar imerso nesta história sem ter assistido a primeira temporada nem o filme Missing Kings, então mesmo assim você precisará ter a paciência de encarar estas duas animações.

A segunda temporada trabalha bastante o lado pessoal de vários personagens. Seus anseios, suas motivações e medos, trazendo uma perpectiva nova para a série. Temos também a adição de uma sexualização desnecessária para as duas personagens femininas de destaque: Awashima Seri do clã azul e Neko do clã prateado. Eu particularmente gosto de ecchi, o que não é o caso aqui, mas achei muito estranho a Gohands sexualizar demais estas personagens e dar muito destaque a peitos e bundas, pois não era um trabalho que tínhamos conhecido na primeira temporada e não se encaixa no tema, muito menos no desenvolvimento da obra. Dá pra deixar pra lá, afinal são flashs bem rápidos, mas acaba chamando a atenção. 

K: Seven Stories

Três anos após o fim da série principal, o estúdio Gohands nos presenteia com o projeto K: Seven Stories,  uma sequência de filmes que seguiu o calendário do segundo semestre de 2018, trazendo uma espansão ao universo da série. 

Seven Stories traz de volta e explica pontos chave de diversos acontecimentos importantes da história principal e aprofunda ainda mais a relação dos protagonistas com o mundo e personagens. Destaque também para o 6° filme do projeto que traz eventos que continuam o final de Return of Kings

Foram um total de 6 filmes com aproximadamente 1 hora de duração, lançados cada um em um mês, de Julho à Dezembro. Abaixo a lista dos filmes:

Movie 1 - R:B - Blaze

Movie 2 - Side:Blue - Tenrou no Gotoku

Movie 3 - Side:Green - Uwagaki Sekai

Movie 4 - Lost Small World - Ori no Mukou ni

Movie 5 - Memory of Red - Burn

Movie 6 - Circle Vision - Nameless Song

Aqui temos a parte técnica primorosa da Gohands, onde a animação está bem atualizada para os padrões atuais da indústria. Tudo que é bom na série está presente aqui, mas com uma pitada de "moe" na parte visual. O problema da sexualização exagerada de Awashima e Neko foram trabalhadas melhor aqui, então quem se incomodou anteriormente, pode ficar tranquilo.

Posso dizer que K: Seven Stories é uma expansão de mundo para a franquia. É aconselhavel principalmente para os fãs da obra mais apaixonados(como eu), pois nestes filmes são trabalhados eventos muito importantes no anime principal e explicam muitas coisas que anteriormente não eram tão simples assim de entender, além, é claro, de ver cenas que sempre nos deixaram com curiosidade de conhecer, e aqui isto é realizado.

K entrou para a lista de animes preferidos para mim. O mundo, os personagens, a ambientação, a animação...tudo é muito bom, muito mesmo! O primeiro anime precisa ser assistindo com cautela para poder absorver bem sua história, pois propositalmente é um anime complexo. Nos projetos seguintes você já acompanha e absorve bem melhor, pois a história base já está ali determinada. Eu gostei demais da experiência e espero que vocês dêem oportunidade para esta série, de coração!

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